Oliveira Mello lançará livro em Paracatu
José Eduardo de Oliveira*
Lançamento acontece durante as comemorações de 250 anos da criação da
Paróquia Catedral de Santo Antônio e 75 anos da Diocese
Nos próximos
dias 27 e 28 de agosto Paracatu estará em festa. Comemoram-se nestes dias duas
datas marcantes na História da Igreja Católica e dos cristãos paracatuenses e
do noroeste mineiro: os 250 anos de criação da Paróquia de Paracatu e o Jubileu
de Diamante de criação da Prelazia/Diocese de Paracatu.
Segundo o bispo da Diocese de Paracatu Dom Leonardo de Miranda
Pereira, a Paróquia de Santo Antônio de Paracatu, foi a primeira e única
paróquia em todo o Noroeste de Minas. Ele ainda nos diz que: “Territorialmente considerada, a Paróquia
Santo Antônio naquela época era um pouco maior do que a própria Prelazia Nullius, criada somente 174 anos depois; era bem mais extensa que a atual Diocese de Paracatu, porém abrangendo exatamente o território que hoje é a Diocese. Por isso podemos dizer que, de certa forma, a história de uma e outra - da Paróquia e da Diocese - se justapõe, se
identifica, se confunde uma com a
outra. Não há como comemorar os 250
anos da Paróquia Santo Antônio
separadamente do Jubileu de Diamante da
Prelazia/Diocese. Não nos parece bem comemorar os 75 anos da Igreja Particular
prescindindo do passado da Paróquia.
A história, praticamente é uma só. Uma história longa e bela. Cheia de luzes e
de sombras. Marcada por alegrias e dores. Uma história de sorrisos e lágrimas.
Escrita por santos e pecadores. Seus anais registram atos de heroísmo e de
covardia. Aí encontramos grandeza e mesquinhez. Brilham grandes virtudes em meio a vícios lamentáveis.”(Informativo Diocesano. Paracatu. Julho/agosto 2005)
Fazendo parte das comemorações
deste ANO DIOCESANO, haverá o lançamento do livro do historiador, memorialista
e ensaísta paracatuense Oliveira Mello
que nos conta esta história aludida acima pelo atual bispo diocesano Dom
Leonardo.
A Igreja de Paracatu: 250 anos
O livro, A Igreja de Paracatu nos caminhos
da história, chancelado pela Diocese de Paracatu é uma segunda edição
de obra homônima lançada em 1987. Mas isso é dizer pouco. A primeira edição
teve 202 páginas. A que ora virá a lume em Paracatu nas comemorações do ANO
DIOCESANO, foi totalmente revista, ampliada e atualizada e possui 688 páginas,
além de mais de uma centena de ilustrações, entre fotografias, mapas, desenhos
e documentos fac-similados. E uma primorosa apresentação
gráfica com vinhetas e capitulares.
O autor, incansável pesquisador
deste e de outros assuntos da história regional, completa com esta monumental
obra o seu quadragésimo quinto livro publicado.
Ali, que dentro da História das Religiões é tipificado por especialista como
parte da temática “História eclesiástica",
Mello, estuda os
antecedentes, o “...funcionamento,
estrutura e organização do clero e da
pregação religiosa, incluindo as
formas de proselitismo religioso...” de 250
anos da Paróquia de Santo Antônio do Manga do
Paracatu, criada por Dom Francisco Xavier Aranha, Bispo de Olinda – Pernambuco - , em 1755. Mesmo a despeito de em 1745, haver sido criado
o Bispado de Mariana em Minas Gerais, devido às peculiaridades da administração
civil e eclesiástica portuguesa que inclusive terá ressonância no Brasil
imperial, a Paróquia de Paracatu continuará a pertencer à de Olinda até 1854.
Passando pela formação histórica
de Paracatu, Oliveira Mello nos mostra além dos primeiros párocos dos períodos
Colonial e Imperial, o período da Prelazia sob
Dom Elizeu – que merecidamente
teve destaque diferenciado – até ao atual Bispo Dom Leonardo. Entretanto não se esquece dos paroquianos que
acalentaram e mantiveram e ainda possuem esta pujante fé por dois séculos e
meio.
E neste belo e difícil percurso da
história eclesiástica, Oliveira Mello nos detalha também que a “Igreja de
Paracatu” já pertenceu às Dioceses de Pernambuco, Diamantina, Uberaba, Montes Claros e que só depois de Prelazia é
que houve a criação da Diocese em 1962.
E se no capítulo “A diocese por
dentro” ele nos apresenta um retrato dos pastores (religiosos e religiosas) e
suas obras da Sede Diocesana atualmente,
no capítulo “Paróquias”, nos revela a história e uma verdadeira
radiografia de todas as 18 paróquias
da Diocese. Neste capítulo,
apesar de não ser este o seu escopo, Oliveira Mello nos brinda com algumas pequenas
e inéditas histórias destes municípios que formam a Diocese. Alguns deles, como
por exemplo, Dom Bosco, foi criado apenas em 1995.
Amanhã, quem se aventurar em fazer
uma história das mentalidades e da Religião em Minas Gerais terá que
seguramente consultar esta basilar A Igreja de Paracatu nos caminhos da
história e seguir as trilhas e os mananciais documentais que Oliveira
Mello trilhou e bebeu ou ela ficará truncada.
* Professor de História
na Rede Municipal de Ensino de Patos de Minas
Folha Patense,
13.08.2013, p. 6
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