“As Janelas” de Mirian Gontijo
No dia 06/04
(quinta-feira), na Galeria “Clênio Pereira”, do Teatro Municipal de Patos de
Minas, aconteceu o vernissage de Mirian Gontijo: “As Janelas” – colagem e pinturas em janelas antigas.
Os patenses já
conheciam a advogada respeitada, provecta e bem sucedida: Dra. Mirian Gontijo. Mas a Mirian artista
plástica, só mesmo os familiares e os amigos. Assim mesmo de ouvir falar.
Modéstia à parte, Mirian, agora ficou difícil dizer quem é a melhor, a advogada
ou a artista. Fico com ambas.
A técnica da
colagem não é nova, Picasso e Braque usaram e abusaram deste recurso. Mas em
suporte tão simples e inusitado – folhas de janelas - para mim foi novidade e o
resultado, indescritível, transformando sua técnica figurativa mista em uma
seqüência iconográfica deslumbrante e cativante. Perfeita!
As janelas
nos trouxeram apropriações medievais, bizantinas, renascentistas,
barrocas...janelas antigas. Rezas contritas e pias. O humano e o sagrado.
Paixões que aparecem e desaparecem com o simples gesto de abrir e fechar uma
janela. Janelas da memória? Da alma? Da fé? Do amor?
Segundo
Mirian Gontijo (poetisa?):
“Será por quantas vezes estas janelas se
abriram?
Será que abertas, buscavam a luz do dia, ou
quando caía a
noite emolduravam as estrelas?”
As janelas
servem para serem fechadas ou abertas privando o interior do exterior e
vice-versa. Mas “As Janelas” de Mirian Gontijo, abriram minhas percepções
estéticas e deram sentido aos sentidos da arte: o belo.
“...E quando eles se abrirem, como as
janelas...
Veremos que algumas abrigam Maria, outras
José,
Outras Jesus, Jesus de Nazaré.” (Mirian
Gontijo)
Sagrada
família (Jesus, Maria, José). Sagrado coração de Jesus (Sacrê-Coeur).
E o mais
simples e solitário de todos os santos, São Francisco. Aliás, uma quase janela-enígma
no conjunto das janelas da Sagrada Família, no entanto o mais humano e natural
dos santos abre outras janelas...
Concordo,
Mirian, “As janelas deram um destino novo à antiguidade”.
José Eduardo de Oliveira – Professor
(Folha
Patense – 15 de abril de 2006 – nº 680 – Ano 14 – pág. 9)
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