quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

“As Janelas” de Mirian Gontijo



“As Janelas” de Mirian Gontijo

No dia 06/04 (quinta-feira), na Galeria “Clênio Pereira”, do Teatro Municipal de Patos de Minas, aconteceu o vernissage de Mirian Gontijo: “As Janelas” – colagem e pinturas em janelas antigas.
Os patenses já conheciam a advogada respeitada, provecta e bem sucedida:  Dra. Mirian Gontijo. Mas a Mirian artista plástica, só mesmo os familiares e os amigos. Assim mesmo de ouvir falar. Modéstia à parte, Mirian, agora ficou difícil dizer quem é a melhor, a advogada ou a artista. Fico com ambas.
A técnica da colagem não é nova, Picasso e Braque usaram e abusaram deste recurso. Mas em suporte tão simples e inusitado – folhas de janelas - para mim foi novidade e o resultado, indescritível, transformando sua técnica figurativa mista em uma seqüência iconográfica deslumbrante e cativante. Perfeita!
As janelas nos trouxeram apropriações medievais, bizantinas, renascentistas, barrocas...janelas antigas. Rezas contritas e pias. O humano e o sagrado. Paixões que aparecem e desaparecem com o simples gesto de abrir e fechar uma janela. Janelas da memória? Da alma? Da fé? Do amor?
Segundo Mirian Gontijo (poetisa?):

“Será por quantas vezes estas janelas se abriram?
Será que abertas, buscavam a luz do dia, ou quando caía a
noite emolduravam as estrelas?”

As janelas servem para serem fechadas ou abertas privando o interior do exterior e vice-versa. Mas “As Janelas” de Mirian Gontijo, abriram minhas percepções estéticas e deram sentido aos sentidos da arte: o belo.

“...E quando eles se abrirem, como as janelas...
Veremos que algumas abrigam Maria, outras José,
Outras Jesus, Jesus de Nazaré.” (Mirian Gontijo)

Sagrada família (Jesus, Maria, José). Sagrado coração de Jesus (Sacrê-Coeur).
E o mais simples e solitário de todos os santos, São Francisco. Aliás, uma quase janela-enígma no conjunto das janelas da Sagrada Família, no entanto o mais humano e natural dos santos abre outras janelas...
Concordo, Mirian, “As janelas deram um destino novo à antiguidade”.

José Eduardo de Oliveira – Professor
(Folha Patense – 15 de abril de 2006 – nº 680 – Ano 14 – pág. 9)

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