Ao mestre com respeito
Neste 15 de outubro,
comemoramos mais um glorioso e honrado DIA DOS PROFESSORES. Apesar desses dias
difíceis em que governos e boa parte da sociedade nos apontam como responsáveis
pelo caos social e a culpa do fracasso de seus filhos, ainda temos orgulho de
nossa profissão. Também, temos uma fé e uma certeza inabalável: ainda somos e
seremos imprescindíveis.
Como nos escreveu outro dia,
Claudio de Moura Castro: “Computadores? Televisão? CD-ROM? Internet? Tudo isso
pode ser útil (ou inútil, conforme o uso). Mas a essência do aprendizado tem a
ver com o professor, aquele que administra, estimula, enriquece e dá vida a uma
série de processos que levam o aluno a aprender”.
E tem mais. Nos esquecemos
dos governantes (ainda que muitos sejam
abjetos e corruptos...), nos esquecemos do primeiro amor (ainda que pensássemos
que ele fosse inesquecível...), nos esquecemos dos primeiros colegas (ainda que
os achássemos sustentáculos morais de ações e motivos de alegria...), mas da
primeira professora e dos inúmeros professores que tivemos, jamais esqueceremos. De uns temos mais gratidão, de outros a
formação do caráter. Sem contar, aqueles que nos modelaram, ou melhor, nos
serviram de modelo tanto pelo saber, quanto pela abnegação e amor aos alunos e
ao Brasil.
Por isso, concordamos com
Miguel Arroyo quando ele nos diz que: “Reconhecer a maturidade humana e
profissional dos professores da escola básica é um avanço, um passo inovador em
nossa cultura, política e pedagógica, diretiva. Outros profissionais, por
exemplo, da área de saúde, são tratados com um olhar mais adulto, mais
profissional. A sorte do direito à educação básica depende da superação desse
olhar negativo dessa cultura nefasta em relação a seus profissionais. (...) As
conseqüências dessa postura são importantíssimas para a gestão da educação
básica. Por exemplo, em vez dos repetitivos cursos de treinamento e
qualificação da suposta incompetência dos mestres, reconhecer a sua
competência, sua criatividade e os saberes e valores que se expressam em
práticas inovadoras, e organizar tempos, espaços de reflexão coletiva,
organizar redes de trocas de experiências e saberes...”.
Porque entra governo e sai governo. Implantam
e anulam “projetos” e “planos” educacionais, e nós permanecemos aqui. Com ou sem pagamento em dia, com ou sem 13º (Como
está ocorrendo neste momento em vários municípios). Com ou sem vencimentos vergonhosos. Com ou
sem dirigentes inescrupulosos. Com ou
sem materiais pedagógicos. E aqui, neste dia, e nesse momento, homenageamos e
estamos sendo solidários e fraternos com todos os professores, todos os
trabalhadores em educação que nesse momento, com ou sem esse hipócrita “horário
de verão”, estão nas salas de aulas, todos os dias. Todos os meses. Todos os anos.
Nós forjamos os homens e
mulheres do amanhã. Nós projetamos o futuro!
Por isso exigimos RESPEITO!
Altamir Fernandes de Sousa
& José Eduardo de Oliveira
Folha Patense, 09.10.99 - p.
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