quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Ao mestre com respeito



Ao mestre com respeito

Neste 15 de outubro, comemoramos mais um glorioso e honrado DIA DOS PROFESSORES. Apesar desses dias difíceis em que governos e boa parte da sociedade nos apontam como responsáveis pelo caos social e a culpa do fracasso de seus filhos, ainda temos orgulho de nossa profissão. Também, temos uma fé e uma certeza inabalável: ainda somos e seremos imprescindíveis.
Como nos escreveu outro dia, Claudio de Moura Castro: “Computadores? Televisão? CD-ROM? Internet? Tudo isso pode ser útil (ou inútil, conforme o uso). Mas a essência do aprendizado tem a ver com o professor, aquele que administra, estimula, enriquece e dá vida a uma série de processos que levam o aluno a aprender”.
E tem mais. Nos esquecemos dos governantes (ainda que muitos sejam abjetos e corruptos...), nos esquecemos do primeiro amor (ainda que pensássemos que ele fosse inesquecível...), nos esquecemos dos primeiros colegas (ainda que os achássemos sustentáculos morais de ações e motivos de alegria...), mas da primeira professora e dos inúmeros professores que tivemos, jamais esqueceremos.  De uns temos mais gratidão, de outros a formação do caráter. Sem contar, aqueles que nos modelaram, ou melhor, nos serviram de modelo tanto pelo saber, quanto pela abnegação e amor aos alunos e ao Brasil.
Por isso, concordamos com Miguel Arroyo quando ele nos diz que: “Reconhecer a maturidade humana e profissional dos professores da escola básica é um avanço, um passo inovador em nossa cultura, política e pedagógica, diretiva. Outros profissionais, por exemplo, da área de saúde, são tratados com um olhar mais adulto, mais profissional. A sorte do direito à educação básica depende da superação desse olhar negativo dessa cultura nefasta em relação a seus profissionais. (...) As conseqüências dessa postura são importantíssimas para a gestão da educação básica. Por exemplo, em vez dos repetitivos cursos de treinamento e qualificação da suposta incompetência dos mestres, reconhecer a sua competência, sua criatividade e os saberes e valores que se expressam em práticas inovadoras, e organizar tempos, espaços de reflexão coletiva, organizar redes de trocas de experiências e saberes...”. 
 Porque entra governo e sai governo. Implantam e anulam “projetos” e “planos” educacionais, e nós permanecemos aqui.  Com ou sem pagamento em dia, com ou sem 13º (Como está ocorrendo neste momento em vários municípios).  Com ou sem vencimentos vergonhosos. Com ou sem dirigentes inescrupulosos.  Com ou sem materiais pedagógicos. E aqui, neste dia, e nesse momento, homenageamos e estamos sendo solidários e fraternos com todos os professores, todos os trabalhadores em educação que nesse momento, com ou sem esse hipócrita “horário de verão”, estão nas salas de aulas, todos os dias.  Todos os meses. Todos os anos.
Nós forjamos os homens e mulheres do amanhã. Nós projetamos o futuro!
Por isso exigimos RESPEITO!

Altamir Fernandes de Sousa & José Eduardo de Oliveira

Folha Patense, 09.10.99 - p. 12

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