ALTINO ENCANTOU-SE
José Eduardo de Oliveira(*)
O poeta morreu no dia 28 de junho de 1996. Ele que já
fazia parte do Panteão dos vivos, agora se destacará no Panteão dos grandes
mortos, dos que morreram e ficaram imortais.
Do infinito, o poeta, cantor das musas, das rosas, das
madrugadas intermináveis, dos bichos e das coisas sublimes, será desde então, o
pastor eterno de nosso espanto.
No sábado, dia 29 de junho, a Natureza prestou sua
última homenagem ao poeta, Leão de Formosa, e o dia amanheceu plúmbeo de luto,
como todos os amigos e parentes. Toda a cidade acompanhou com dor sua última
aparição terrena ali no Palácio dos Cristais. Todos choraram. A Natureza muda,
metamorfoseou-se soturna e altiva por Altino.
TRAJETÓRIA
Altino Caixeta de Castro - O Leão de Formosa - nasceu
no dia 4 de agosto de 1916 em Lagoa Formosa, Minas Gerais - patense, portanto,
já que nesta época Lagoa Formosa era distrito de Patos de Minas, mas isso não
importa. Poeta mineiro.
Publicou dois
livros: CIDADELA DA ROSA: COM FISSÃO DA
FLOR e DIÁRIO DA ROSA ERRÂNCIA E
PROSOEMAS.
Farmacêutico, preferiu manipular as palavras e em
fórmulas metafóricas curar (libertar) o espírito humano através da poesia.
Qual a trajetória de um poeta?
A
trajetória de um poeta só se compara à de um cometa: fugaz, alumbradora e
inolvidável: Lagoa Formosa, Patos de Minas, Belo Horizonte, Brasília, “Pathos
de Minas”...
O poeta morreu. E neste mundo infestado de políticos
corruptos, sociólogos neoliberais e seres humanos inescrupulosos, a morte de um
poeta seguramente nos deixa órfãos e a vida fica menos alentadora. No entanto
prosseguimos. E como disse João Guimarães Rosa: “As pessoas não morrem, ficam
encantadas”.
Altino Caixeta de Castro - O Leão de Formosa - encantou-se.
(*) Professor de História de Minas na FEPAM- ( este breve e insosso
necrológio não foi publicado em lugar nenhum - foi sepultado como o poeta.)
Romério
Rômulo,
Infelizmente
os livros de Altino, estão esgotados e
são raros, por isso te mando estas cópias e também a cópia do Suplemento
Literário do Minas Gerais.
E,
se der ficaríamos honrados e sentiríamos privilegiados se você escrevesse
alguma coisa para nossa ALPHA (não para Dona Alfa, esposa do Altino).
Te
mando também, este necrológio supra e esta besteira sobre a “viagem” que o
Borges fez a Ouro Preto. Pretendo
escrever várias outras estadias de outros autores em Ouro Preto: J. G. Rosa,
Drummond, Mário, Bandeira, Neruda etc (Nada sério). Comecei escrever a minha própria história
neste lugar infernal, o prefácio é seu, se tiver coragem!
No
mais um forte abraço, daqui, deste oeste de Minas, das beiras deste poluído Rio
Paranaíba.
Patos
de Minas 28/03/2002.
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