quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

ALTINO ENCANTOU-SE



ALTINO ENCANTOU-SE

José Eduardo de Oliveira(*)

O poeta morreu no dia 28 de junho de 1996. Ele que já fazia parte do Panteão dos vivos, agora se destacará no Panteão dos grandes mortos, dos que morreram e ficaram imortais.
Do infinito, o poeta, cantor das musas, das rosas, das madrugadas intermináveis, dos bichos e das coisas sublimes, será desde então, o pastor eterno de nosso espanto.
No sábado, dia 29 de junho, a Natureza prestou sua última homenagem ao poeta, Leão de Formosa, e o dia amanheceu plúmbeo de luto, como todos os amigos e parentes. Toda a cidade acompanhou com dor sua última aparição terrena ali no Palácio dos Cristais. Todos choraram. A Natureza muda, metamorfoseou-se soturna e altiva por Altino.

TRAJETÓRIA

Altino Caixeta de Castro - O Leão de Formosa - nasceu no dia 4 de agosto de 1916 em Lagoa Formosa, Minas Gerais - patense, portanto, já que nesta época Lagoa Formosa era distrito de Patos de Minas, mas isso não importa. Poeta mineiro.
 Publicou dois livros: CIDADELA DA ROSA: COM FISSÃO DA FLOR e DIÁRIO DA ROSA ERRÂNCIA E PROSOEMAS.
Farmacêutico, preferiu manipular as palavras e em fórmulas metafóricas curar (libertar) o espírito humano através da poesia.
Qual a trajetória de um poeta?
A trajetória de um poeta só se compara à de um cometa: fugaz, alumbradora e inolvidável: Lagoa Formosa, Patos de Minas, Belo Horizonte, Brasília, “Pathos de Minas”...
O poeta morreu. E neste mundo infestado de políticos corruptos, sociólogos neoliberais e seres humanos inescrupulosos, a morte de um poeta seguramente nos deixa órfãos e a vida fica menos alentadora. No entanto prosseguimos. E como disse João Guimarães Rosa: “As pessoas não morrem, ficam encantadas”.
Altino Caixeta de Castro - O Leão de Formosa - encantou-se.

(*) Professor de História de Minas na FEPAM- ( este breve e insosso necrológio não foi publicado em lugar nenhum - foi sepultado como o poeta.)

Romério Rômulo,

Infelizmente os livros de Altino,  estão esgotados e são raros, por isso te mando estas cópias e também a cópia do Suplemento Literário do Minas Gerais.

E, se der ficaríamos honrados e sentiríamos privilegiados se você escrevesse alguma coisa para nossa ALPHA (não para Dona Alfa, esposa do Altino).

Te mando também, este necrológio supra e esta besteira sobre a “viagem” que o Borges fez a Ouro Preto.  Pretendo escrever várias outras estadias de outros autores em Ouro Preto: J. G. Rosa, Drummond, Mário, Bandeira, Neruda etc (Nada sério).  Comecei escrever a minha própria história neste lugar infernal, o prefácio é seu, se tiver coragem!

No mais um forte abraço, daqui, deste oeste de Minas, das beiras deste poluído Rio Paranaíba.

Patos de Minas 28/03/2002.




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