quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

DRUMMOND E A MÚSICA



DRUMMOND E A MÚSICA

“Eu preparo uma canção que faça acordar os homens e adormecer as crianças”  CDA


No último dia 31 de outubro, comemorou-se em todo o Brasil o centenário de nascimento do poeta CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE.
O poeta, contista e cronista mineiro nascido em 31/10/1902 em Itabira, lançou seu primeiro livro, Alguma Poesia em 1930. Depois escreveu inúmeros livros de poesias, crônicas e contos, dentre os quais destacamos: Sentimento do Mundo (1940), José, Confissões de Minas (1942), A Rosa do Povo (1945), Claro Enigma, Contos de Aprendiz (1951), Lição de Coisas (1962), Os Dias Lindos (1977) e Boca de Luar (1984). Morre no Rio de Janeiro 17/8/1987. Sua obra teve inúmeras adaptações para o cinema e também para a música.
Neste “espaço aberto”, gostaríamos de comentar dois texto que enfocam a obra de Drummond que foi transposta para a música.
O primeiro deles, “Pentagramas poéticos”, de Leila V.B. Gouvêa (Revista CULT - outubro de 2002), ressalta, que “Drummond é o poeta brasileiro que teve o maior número de obras transpostas para a pauta musical, inspirando clássicos modernistas como Villa-Lobos, Osvaldo Lacerda, Francisco Mignone ou Camargo Guarnieri e compositores contemporâneos como Gilberto Mendes, Edino Krieger, Ernst Mahle, Kilza Setti e Ricardo Tacuchian.”  Os autores das partituras chegam a mais de 50, tendo o poeta inclusive, catalogado esta lista na edição de sua Poesia completa. Drummond, em carta a um maestro aprovava estas iniciativas dizendo que “Se eu não subir aos céus nas asas da poesia, subirei nas asas da música (e não é a mesma coisa?).”
O segundo artigo, “Musicalidade maior da poesia”, de Ailton Magioli, (ESTADO DE MINAS, 25/10/2002) nos informa que, apesar dos aspectos introspectivos da obra de Drummond, ela “...acabou atraindo muito mais compositores eruditos...que não resistiram e transformaram poemas do mestre em verdadeiras obras primas musicais, ao lado de populares como Milton Nascimento, Paulo Diniz, Walter Franco, Sérgio Ricardo, Tavinho Moura, Eduardo Gudin, Paulo César Pinheiro e, mais recentemente, Adriana Calcanhoto, entre outros.” Segundo Magioli, Drummond, também aprovou a maioria das canções, inclusive traduziu para o português canções dos Beatles. Sem contar que o próprio Drummond, gravou em disco uma seleção de poemas, com música escrita especialmente para o registro pelo pianista Helvius Vilela.
Extraordinário, contudo, foi o fato de quem em 1987, Drummond é homenageado com o samba-enredo, O reino das palavras, pela escola de samba Estação Primeira de Mangueira, que foi a  campeã deste ano. Maior musicalidade impossível...

José Eduardo de Oliveira - Professor na Rede Municipal de Ensino. Informe Musical – Dez.2002 – nº 16

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