Este ano os ipês amarelos começaram
extraordinariamente a florir em julho. Em toda a natureza, mesmo nesta época de
calor e queimadas enfeando o mundo, os ipês ainda que na cidade, é um raro
alento visual e poético.
Acredito, não sei bem, que as flores do
ipê não possuam uma fragrância que se espalha pelo dia como em algumas florescências como das mangas,
laranjas e limoeiros e à noite como a “dama
da noite”, por exemplo. No máximo atraem os insetos da fecundidade com
algum tipo de olor.
Mas neste mesmo mês de julho de ano
eleitoral provavelmente as flores espetaculares dos ipês mesmo que tivessem o
maior aroma de todos os aromas não seriam suplantados pelas fezes, digo, pelos
políticos que também desabrocham neste julho infectado de candidatos.
Como se terra defecasse para cima e
estes candidatos brotassem como cogumelos venenosos nas vias públicas em
excrementos ainda fumegantes.
Alguns neófitos abordam transeuntes como
se todo ser vivente fosse um incauto eleitor/vítima. Os apertos de mãos
tornam-se mais vigorosos e os abraços deixam nos possíveis eleitores aquela
carniça indelével de candidato, que propalam juntamente com seus miasmas: “Eu
sou o novo, precisamos renovar!”.
Os que foram candidatos e não foram
eleitos em outras disputas, apesar de tentarem maquiar suas pútridas essências
com loções, desodorantes, laquê e gel (fundamentais nesse processo), deixam o
eleitorado sem ar, tal o fedor de suas presenças.
Já os que ainda estão no poder e que
ficaram invisíveis e só se faziam sentir como flatulências nas tribunas e
gabinetes, mesmo que tenham feito só merda, convictos “do dever cumprido”,
flanam pelos logradouros públicos como se alguém tivesse atirado merda num
grande ventilador que tivesse a capacidade de espalhar fedentina pelos quatro
ventos do mundo em decomposição.
Estes últimos são os piores, nobres
colegas que nunca souberam ou tiveram a autocrítica de inventar uma forma – já
que são prestidigitadores em iludir seus eleitores e o povo em geral – de pular
dentro do vaso e dar descarga em si mesmos.
Roma possuía a “Cloaca Máxima”, Patos de Minas possui o Rio Paranaíba.
Pobre patenses.
A solução mesmo, já que não sentiremos
mesmo o perfume sutil das deslumbrantes flores dos ipês e somente o fétido e
infeccioso cheiro de fezes em decomposição dos candidatos, o jeito mesmo
é: 1) não sair de casa; 2) se sair usar
máscaras; 3) não ligar rádio ou televisão, pois estes aparelhos exalam a
fedorentina deles e 4) como diria Manuel Bandeira: “A única coisa a fazer é
tocar um tango argentino”...
José Eduardo de Oliveira -
28.07.16
Ps. Se quiser mesmo cumprir com seu
dever cívico em outubro, sugiro então que vote nos meus candidatos (devido às
últimas vísceras expostas eles mudaram ou renegaram seus antigos partidos):
Walter Closet e Mickey Tório.
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