quarta-feira, 3 de abril de 2019

Aos 60, as memórias afloram


aos 16 achava o mundo uma bosta, com adultos violentos e cheios de álcool.  As meninas eram minhas inimigas e focos de minhas punhetas. Elas sempre se referiam a mim como: ele é feio e ainda usa óculos...
 Um dia por um  motivo improvável vi uma calcinha transparente com uns cabelos na buceta como se  fossem raízes.  Uma fissura, entrecortada com suaves e minúsculas raízes, sob aquela película de calcinha. Protegendo aquilo tudo tinha uma menina de  doze ou treze anos chamada P. .Várias noites sem dormir pensando na coisa no meio daquelas pernas cabeludas e lisas e que jamais foram minhas.  Ela tinha uma beleza distante, muito distante. Tão distante como o Kilimanjaro. E um dia por uma conjunção provavelmente chamada acaso do destino dei nela uns dois ou três beijos...inesquecíveis. que  depois outras bocas impuras me fizeram esquecer.
.... e hoje, ao longe ou perto, algumas pererecas coaxam nos brejos da minh´alma...

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